35 anos – Por um PT de volta às raízes!
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O Partido dos Trabalhadores celebra o aniversário de 35 anos de sua fundação nesta terça-feira, dia 10 de fevereiro, em meio ao momento de reflexões e desafios. Nestas três décadas e meia de lutas e conquistas, de alegrias e tristezas, muito se questiona qual o papel do PT na sociedade brasileira.
O nosso partido foi criado a partir das lutas dos diversos segmentos e movimentos sociais, como dos operários, estudantes, pastorais da igreja…
Isso que me incentivou a participar da fundação do PT, em 1980, sendo militante das pastorais da Igreja Católica e trabalhador metalúrgico em São Caetano do Sul, por observar que todos e todas tinham um objetivo determinado em cada fala, em cada olhar, em cada ação… O de lutar e fazer valer a justiça social!
E ao lado dos companheiros e das companheiras fizemos isso muito bem. Representamos nas ruas o sentimento da população, principalmente aquela às margens da sociedade. Erguemos a bandeira contra o preconceito, pelo fim da discriminação social, em respeito à diversidade sexual, em favor da valorização das mulheres.
Sabíamos, desde a década de 1980, que não seria fácil vencermos os obstáculos a curto prazo, já que saímos de um ambiente doutrinado pelo regime ditatorial. Porém, nosso partido era diferente dos outros. Chegava com o propósito de disputar eleições para governar ao lado do povo e quebrar os paradigmas criados por governantes opressores e autoritários, sem dar ouvidos para as reais demandas do cidadão brasileiro. Mas também de ter um protagonismo no debate com a sociedade, ou seja, participar da vida ativa da comunidade.
E o Partido dos Trabalhadores, muito antes do que se imaginava, começou a revolucionar a relação entre governo e munícipe. Foi ainda na década oitentista, na primeira gestão do saudoso Celso Daniel , em Santo André, que o PT criaria um instrumento de participação popular que serviria de modelo para todo o país. O Orçamento Participativo tinha como meta discutir juntamente com a população, que elege e contribui diretamente para o bom funcionamento da cidade, as prioridades de investimentos na cidade.
E o PT foi crescendo em todo o país. Nascia um líder. Luiz Inácio Lula da Silva era o escolhido para representar o povo nesta missão. Precisamos de três eleições presidenciais para amadurecermos e conquistarmos a confiança da população , na virada do século, para governarmos a nação.
Permito um parágrafo para relembrar que, quando deixei a direção do PT de Santo André, fui indicado pela região do ABC para ser coordenador das Caravanas da Cidadania no estado de São Paulo. Uma atitude precursora em que viajávamos pelos 645 municípios paulistas, a fim de identificarmos a realidade de cada cidade.
O ano de 2002 é um marco histórico não só para o PT, como para o Brasil, ou seja, o país elegia o primeiro presidente da república trabalhador-operário-metalúrgico. Diante da enorme expectativa, Lula iniciou profundas mudanças no modo de governar a nação. Aqueles que não tinham voz, os pobres e excluídos, os injustamente vencidos, ganharam vida! Sim! Eles existiam, mas eram apenas estatísticas vazias para os governantes anteriores.
E como num processo tão complexo, num pátria com 200 milhões de habitantes, gradativamente as mudanças foram ocorrendo aos poucos. O primeiro passo era resgatar a dignidade do povo. Fazer com que as vontades de viver e vencer fossem exercitadas diariamente. E tudo isso aliado a igualdade de oportunidades no trabalho e educação.
A reeleição de Lula foi a aprovação deste modo de governar. Quatro anos mais tarde, Dilma Rousseff seria eleita para dar continuidade a revolução social promovida no país. O resultado foi visto na prática e na teoria. Os governos do Partido dos Trabalhadores foram os que mais criaram programas sociais ao longo da história do país, que tiraram mais pessoas da extrema miséria, que registraram a menor taxa de desemprego, que construíram e ofereceram mais vagas nas universidades, que valorizaram o salário mínimo…
São muitas conquistas e desafios colocados nestes 35 anos. Muitos erros e acertos. Tropeçamos e levantamos por diversas vezes. E sempre defendo a visão e iniciativa crítica para corrigirmos o que estiver errado.
Tenho orgulho de fazer parte desta história, sendo atualmente presidente do PT de Santo André pela terceira vez, por ter sido eleito deputado estadual pela primeira vez e por ter feito parte da direção estadual, por quase duas décadas, e integrado a direção nacional também. E terei mais orgulho ainda se refletirmos e colocarmos em prática, atualmente, tudo aquilo para o qual o partido foi designado e criado: o de caminhar ao lado do povo!
*Luiz Turco é deputado estadual eleito e presidente do PT de Santo André