Renda média do trabalhador sobe 2,7% em 2014, segundo IBGE
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Rendimento médio real da população ocupada nas 6 regiões analisadas passou de R$ 2.049,35, em 2013, para R$ 2.104,16
A renda média real da população ocupada em 2014 cresceu 2,7%, ao subir de R$ 2.049,35, em 2013, para R$ 2.104,16 no ano passado, segundo dados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), divulgada nesta quinta-feira (29). O ganho real desconta a taxa de inflação.
Em relação a 2003, houve um ganho de 33,1% ou cerca de R$ 522,85. Em 2003 a renda média registrada foi de R$1.581,31.
A PME avalia a taxa de descoupados e ocupados, além da renda média do trabalhador, nas principais regiões metropolitanas do País (Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre).
De 2003 a 2014, o rendimento habitual real nos serviços domésticos teve o maior aumento (69,9%) entre os grupamentos de atividade pesquisados pela PME. Em dezembro de 2014, o rendimento médio habitual dos ocupados era R$ 2.122.10. Houve queda de 1,8% em relação a novembro (R$ 2.161,93) e alta de 1,6% contra dezembro de 2013 (R$ 2.089,57).
Em 2014, a média anual da massa de rendimento real habitual (que considera o montante pago mensalmente à toda população ocupada registrada nas seis regiões) foi de R$ 49,3 bilhões, alta de 3% em relação a 2013 e 66% ante 2003.
Na comparação mensal entre dezembro de 2014 e novembro, a massa de rendimento real habitual (R$ 50.015 milhões) caiu 2,4%, para R$ 51.243 milhões. Já em relação a dezembro de 2013, houve alta de 1,4% (R$ 49.307 milhões).
Rio de Janeiro mostra o maior crescimento na renda
Entre as seis regiões metropolitanas pesquisadas, o rendimento médio real habitual da população ocupada no Rio de Janeiro teve a maior expansão (6,4%), com Recife (4,1%) a seguir.
De 2013 para 2014, o rendimento aumentou em quase todas as formas de inserção: empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado (1,7%), os militares e funcionários públicos estatutários (2,6%), trabalhadores por conta própria (3,8%) e empregadores (7,1%). Já os empregados sem carteira no setor privado registraram queda real de 1,7%.
Em relação a 2003, quatro regiões apresentaram variações maiores que a verificada no total das seis regiões metropolitanas (33,1%): Recife, Porto Alegre, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, com taxas de 36,6%; 39,8%; 43,5% e 49,3%, respectivamente. As menores variações foram em São Paulo (23,9%) e Salvador (27,5%). Embora São Paulo tenha crescido menos do que a média das regiões pesquisadas, seu patamar é o segundo mais alto (R$ 2.192,43), logo atrás do Rio de Janeiro (R$ 2.346,50).
Serviços domésticos e construção têm os maiores ganhos no rendimento
Em todos os grupamentos de atividade houve ganhos no poder de compra do rendimento do trabalho. Os grupamentos com os maiores aumentos percentuais foram aqueles com os menores rendimentos. De 2013 a 2014, os ganhos de rendimento dos grupamentos foram: construção, 6,7%; serviços domésticos, 4,5%; comércio, 4,2%; educação, saúde e administração pública, 2,7%; outros serviços, 1,9%; indústria, 1,3% e serviços prestados às empresas, 0,6%.
Nos serviços domésticos, de 2003 a 2014, houve o maior aumento entre os grupamentos, 69,9%. Ainda em relação a 2003, outro destaque foi a construção, composto em sua maioria por pedreiros, com ganho de 58,7%.
Em 2014, o rendimento médio real domiciliar per capita (R$1.425,63) aumentou 2,4% em relação a 2013 e 49,6% comparado a 2003.
Rendimento dos pretos e pardos equivale a 58% dos rendimentos dos brancos
A pesquisa apontou disparidades entre os rendimentos de homens e mulheres e, também, entre brancos e pretos ou pardos. Em 2014, em média, as mulheres ganhavam em torno de 74,2% do rendimento recebido pelos homens – uma expansão de 0,6 ponto percentual frente a 2013 (73,6%). A menor proporção foi registrada em 2003, 70,8%.
O rendimento dos trabalhadores de cor preta ou parda, de 2003 para 2014, cresceu 56,3%, enquanto o rendimento dos trabalhadores de cor branca cresceu 30,4%. Mas a Pesquisa registrou também, que os trabalhadores de cor preta ou parda ganhavam, em média, em 2014, 58,0% do rendimento recebido pelos trabalhadores de cor branca. Em 2013, esta razão era 57,4%. Destaca-se que, em 2003, não chegava à metade (48,4%).
Fonte: IG Economia