Estudantes pressionam para instalar CPI da Máfia da Merenda
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Estudantes secundaristas se reuniram, na terça-feira (23), na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) para protestar contra a Máfia da Merenda. Os alunos também cobram a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o esquema de corrupção na rede estadual de ensino.
Postado por Agência PT
Professores, mães, pais e sindicalistas também participaram do ato na galeria da Assembleia e se mobilizaram contra as medidas implantadas pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB). Segundo Gisele Ferreira, 15 anos, aluna do colégio Cícero Antonio, a situação da educação estadual está “cada vez pior”.
“O governador diz que está reorganizando, mas está fazendo uma bagunça: as salas estão superlotadas, falta alimento e água. Estávamos recebendo só bolacha, mas nessa semana comemos salada de ovo e não bebemos nada, porque nem água tinha na minha escola”, conta.
Para a presidenta da União Paulista de Estudantes Secundaristas (UPES), Angela Meyer, é preciso investigar a fundo o esquema de desvio de dinheiro da merenda. Segundo ela, as refeições oferecidas aos estudantes são precárias. “Os estudantes estão recebendo uma merenda seca ao invés de refeições”, conta.
“A gente resolveu realizar essa pressão na Alesp, justamente porque o principal investigado dentro desse esquema é o presidente da Assembleia Legislativa, o Fernando Capez, que é do PSDB também”, diz a estudante de 21 anos.
Outra questão levantada por Angela é o fechamento das salas de aula. “A Comissão da Educação não se reúne desde o início do ano e não conseguiu tratar nem do problema do fechamento das escolas nem das salas de aula. 1.160 salas de aulas estão fechadas, é como se estivéssemos fechado 25 escolas de 1.500 alunos cada”, explica.
Na escola Edina Álvares Barbosa, em Itaquaquecetuba, a situação não é diferente. O estudante Luiz Araújo, de 15 anos, conta que os professores estão sem sala, porque o espaço foi transformado em sala de aula sem lousa. “É uma desorganização que vem acontecendo. Na minha escola está faltando merenda e eles estão vendendo lanche”, complementa.
Durante a manifestação, os alunos estavam organizados e um pouco de tumulto foi gerado quando eles tentaram entrar no plenário da Assembleia. Em seguida, deputados conversaram com os policiais e autorizaram a entrada dos secundaristas, que lotaram o plenário.
A liderança do PT na Assembleia, o deputado João Paulo Rillo, afirmou que o pedido de abertura da CPI já conquistou 22 assinaturas, mas ainda restam dez confirmações de outros deputados para a abertura do grupo.