Como em 2006, agressividade é a marca da derrota do PSDB de Aécio
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Aécio estava indo tão bem no debate, mas tão bem, que perdeu a mão.
E perdeu o debate! O senador que disputa eleições desde garoto é um grande orador.
Sabe como poucos responder tudo sem responder nada.
Mesmo tendo iniciado a pancadaria, logo na primeira pergunta, transpareceu que estava sendo agredido.
Mas algo, em algum momento, fez com que ultrapassasse uma linha muito tênue entre o bom argumentador e o arrogante.
E o corpo fala, como sabemos, um sorrisinho de canto, um dedo em riste, uma subida no tom de voz e BINGO!
Todo mundo, em especial as pessoas mais humildes, já teve que conviver ou conheceu alguém do tipo, que não consegue ser contrariado.
Que grita, esperneia, é mal educado, sorri pelo canto da boca, balança a cabeça e aponta o dedo quando se sente acuado.
Não importa se a conversa é coma família, na escola, no trabalho… Todo mundo conhece o tipo que diz “você sabe com quem está falando?”.
Conhece alguém que tem pouco respeito por gente mais velha, por mulher, por gente mais humilde…
A grande arma de Aécio, sua virtude como debatedor, foi também o que o deixou nu.
Não se trata de falar que ele é tudo isso (não o conheço pessoalmente para dizer como trata os que lhe cercam), mas o que pareceu no debate.
Aécio se comportou como inquisidor. Perdeu a chance de vencer por muito o debate.
Dilma, por mais dura que seja, mantém o tom da senhora mineira, de quem conversa sobre as coisas, com as dificuldades que todos sabemos que ela tem para concluir seus raciocínios.
Mesmo nos momentos mais tensos, não mudava o tom.
Isso pode soar como falta de preparo, de acordo com o adversário, ou simples humildade quando é agredida pessoalmente no tom entoado por Aécio.
Para parcela expressiva do povo brasileiro, ela é uma senhora de quase 70 anos fazendo o melhor que pode todos os dias, como tantos e tantos brasileiros desta nação.
Em 2006, número expressivo dos petistas e tucanos que assistiram o debate na Rede Globo tiveram a convicção que Geraldo Alckmin havia massacrado Lula.
Lembro de Mônica Bergamo dizendo que Lula havia perdido e, ao tomar um táxi, começar a ouvir que Lula havia ganhado.
O IBOPE confirmou horas depois que para os brasileiros, em sua maioria, Lula vencera.
A figura frágil de Dilma passando mal ao final do debate, outra coisa que já tem sido explorado nas redes, vira piada apenas em quem alimenta e vive do ódio.
Para o povo brasileiro é alvo de compaixão.
Por isso, meus amigos e minhas amigas, não existe nada mais sábio que o povo brasileiro.
E ele vai falar pelo voto em breve, e fale como falar, sua decisão será soberana e deverá ser aceita por todos.
Humberto Tobé
Secretário de Comunicação do PT Santo André e chefe de gabinete do PT estadual