Aécio não explica publicidade milionária
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Uma série de denúncias contra o senador e candidato a presidência da república pelo PSDB, Aécio Neves, ficaram sem respostas no debate realizado pela Grupo Bandeirantes de Comunicação, na noite da última terça (14)
E o eleitor que vota no tucano, bem como os indecisos e que não foram às urnas no primeiro turno, pode começar a repensar o seu voto a dez dias do pleito final. Sem respeito pelo povo, o tucano se esquivou dos graves questionamentos feitos pela presidenta e candidata à reeleição, Dilma Rousseff.
O postulante do PSDB preferiu agir com cinismo, ao invés de esclarecer as acusações, e desrespeitar o telespectador e a própria Dilma, a chamando de “leviana”.
Desvios na saúde
Aécio deixou sem explicação os desvios na área da Saúde, enquanto governador de Minas Gerais (2003 a 2010), na ordem de R$ 7,6 bilhões, e ainda mentiu sobre os dados estarem em seu site oficial e no portal do TCE-MG (Tribunal de Contas do Estado), que curiosamente ficou fora do ar, após a pergunta de Dilma.
Publicidade milionária
Nem o tucano, nem o atual governo mineiro, divulgam informações precisas sobre despesas e transferências milionárias que o então governador realizou na veiculação de publicidade oficial em três rádios e um jornal de seus parentes, entre 2003 a 2010.
Em relatório, divulgado no início da semana, o atual governo reconhece que as empresas da família Neves receberam repasses milionários, em publicidade, no período em que ocupava o Palácio da Liberdade. Mas recusa-se a dizer, exatamente, quanto pagou.
Leia trecho da matéria do Jornal Correio do Brasil, veiculada na quarta-feira(15), no link a seguir:
A família do presidenciável tucano controla a Rádio Arco Íris, retransmissora da Jovem Pan em Belo Horizonte, e as rádios São João e Colonial, de São João del Rei, além do semanário Gazeta de São João del Rei. Aécio é sócio da Arco Íris com a irmã mais velha, Andrea, e a mãe, Inês Maria Neves Faria. Quando o irmão era governador, Andrea Neves era coordenadora do grupo de assessoramento do governo que tinha como atribuições “estabelecer diretrizes para a política de comunicação” e “manifestar-se previamente sobre a relação de despesas com publicidade”, de acordo com o decreto que o regulamentou.
Em 2011, a pedido do PT, o Ministério Público de Minas Gerais apurou, junto ao governo, que a rádio Arco Íris recebera R$ 210.693 no ano anterior e aguardava um levantamento detalhado sobre os gastos desde 2003, mas esses dados, até agora, permanecem sigilosos. Procurada, a assessoria da campanha do candidato tucano preferiu não se manifestar. Na véspera, o candidato do PSDB à Presidência já havia tangenciado a questão e afirmou a jornalistas que “não tem ciência” dos números sobre o quanto o governo de Minas Gerais transferiu, em forma de publicidade, às rádios e ao jornal da família.
A propriedade da rádio por Aécio, a irmã Andrea Neves e a mãe, Inês Maria Neves Faria, veio a público em abril de 2011, quando o senador teve a carteira de habilitação apreendida durante uma blitz da Lei Seca no Rio. Ele dirigia um Land Rover, comprado no ano anterior em nome da emissora. Aécio tornou-se sócio da Arco Íris em dezembro de 2010 quando já tinha deixado o governo. No período em que Aécio era governador, Andrea Neves já integrava o Núcleo de Comunicação Social do Governo – que tratava da publicidade do Executivo.