Aidan Ravin participou de esquema de propina, diz MP
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O ex-prefeito de Santo André Aidan Ravin (PSB) participou e se beneficiou diretamente da cobrança de propina de empresas para a liberação de licenças ambientais para realização de obras na cidade. É o que aponta investigação aberta pelo Ministério Público, diante dos depoimentos colhidos pela Polícia Civil e também pela própria promotoria. A investigação indica suposta extorsão para obtenção das licenças, documento necessário para iniciar construções no município. Aidan foi prefeito entre 2009 e 2012.
O inquérito, que possui 47 volumes, 8.245 páginas e 20 depoimentos deverá ser entregue à Justiça nos próximos dias. “Nos depoimentos colhidos tanto pela polícia como pelo MP, houve relatos de advogados e empresários que revelaram o envolvimento direto do ex-prefeito”, explicou Roberto Wider, promotor responsável pelo caso.
De acordo com o promotor, os processos de licenças ambientais tramitavam normalmente dentro do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental). No entanto, durante a liberação da licença, fazia-se a cobrança indevida de propina.
“Quando o processo estava concluído é que se negociava e cobrava por fora. A denúncia é de que o então prefeito cobrava sua própria parte”, afirmou Wider, que garante ter outras provas além da investigação policial sobre a possível extorsão. O promotor estuda se apresenta a denúncia à Justiça até a semana que vem.
As acusações sobre venda de licenças ambientais em Santo André surgiram em 2012. Diante das acusações, à época, Aidan chegou a exonerar o então superintendente do Semasa Angelo Pavin, acusando-o de “quebra de confiança”. Em alguns casos, como relatados em depoimentos prestados à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) aberta na Câmara para apurar possíveis irregularidades, a propina chegava a R$ 1 milhão por licença.
O ex-prefeito foi procurado, mas até a conclusão da reportagem não havia respondido. Angelo Pavin também não foi localizado.
Fonte: ABCD Maior