CAMPANHA DO LAÇO BRANCO

PT Santo André
Por PT Santo André dezembro 6, 2020 14:10

CAMPANHA DO LAÇO BRANCO

Campanha do Laço Branco

HISTÓRIA

No dia 6 de dezembro de 1989, um homem de 25 anos (Marc Lepine) entrou armado na Escola Politécnica de Montreal, no Canadá. Em uma sala de aula, ele ordenou que os homens (aproximadamente 50) se retirassem. Assassinou 14 mulheres e depois saiu atirando pelos corredores e outras dependências da escola, gritando “Eu odeio as feministas”. Desta forma, ele matou 14 estudantes, todas mulheres. Feriu ainda 14 pessoas, das quais 10 eram mulheres. Depois suicidou-se. Com ele, foi encontrada uma carta que continha uma lista com nomes de 19 feministas canadenses que ele também desejava matar e na qual ele explicitava a motivação de suas ações, em suas palavras: “mandar de volta ao Pai as feministas que arruinaram a sua vida”.
O crime, que ficou conhecido como o “Massacre de Montreal”, mobilizou a opinião pública daquele país, gerando amplo debate sobre as desigualdades entre homens e mulheres e a violência gerada por esse desequilíbrio social. Assim, um grupo de homens canadenses decidiu organizar-se para dizer que existem homens que cometem a violência contra a mulher, mas existem também aqueles que repudiam essa violência. Eles elegeram o laço branco como símbolo e adotaram como lema: jamais cometer um ato violento contra as mulheres e não fechar os olhos frente a essa violência.
Lançaram, assim, a primeira Campanha do Laço Branco (White Ribbon Campaign): homens pelo fim da violência contra a mulher. Durante o primeiro ano da Campanha, foram distribuídos cerca de 100 mil laços entre os homens canadenses, principalmente entre os dias 25 de novembro e 6 de dezembro, semana que concentra um conjunto de ações e manifestações públicas em favor dos direitos das mulheres e pelo fim da violência. O dia 25 de novembro foi proclamado pela Organização das Nações Unidas, como o Dia Internacional de Erradicação da Violência contra a mulher.
O dia 6 de dezembro foi escolhido para que a morte daquelas mulheres (e o machismo que a gerou) não fosse esquecida. Trabalhando junto a diversos órgãos das Nações Unidas, particularmente o UNIFEM e em parceria com organizações de mulheres, a Campanha do Laço Branco hoje está presente em todos os continentes e em mais de 55 países, sendo apontada pela ONU como a maior iniciativa mundial voltada para o envolvimento dos homens com a temática da violência contra a mulher.
No Brasil, algumas iniciativas pontuais começaram a ser delineadas em 1999, por meio de atividades dirigidas a essa temática, realizadas Em Recife, pelo Instituto Papai e, em Brasília, pelo Promundo, com o objetivo de ampliar cada vez mais nossa rede, sensibilizando profissionais e/ou comunidades em geral.
Em meados dos anos 2000 houve uma articulação entre alguns institutos e ONGs brasileiras para consolidar a Campanha do Laço Branco no território nacional. Ente elas estavam INSTITUTO PROMUNDO, de Brasília, hoje com sede no Rio de Janeiro, INSTITUTO NOOS, RJ, INSTITUTO PAPAI, Recife e o CES, CENTRO DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE de Santo André- SP.
O Centro de Educação para saúde foi representado pelo psicólogo e sociólogo Flavio Urra e pelo Filósofo e professor de filosofia, Sérgio Barbosa.
Em dezembro de 2001, durante a semana dos 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher é lançado oficialmente no Brasil pelas ONGs envolvidas a Campanha do Laço Branco, Homens pelo fim da violência contra a mulher.
Por ocasião do lançamento oficial, aqui na região do Grande ABC a primeira campanha foi realizada em Santo André por alguns militantes que aderiram a causa. De 2001 a 2019 a campanha foi realizada todos os anos em Santo André, esse ano, porém as atividades estão restritas às redes sociais devido a pandemia do novo Corona vírus.
Importante ressaltar que em todos os anos de campanha tivemos o apoio fundamental das companheiras do Movimento feminista e dos grupos de Promotoras Legais Populares (PLPs) de Santo André.
Com a Secretária de Políticas para Mulheres na gestão do Partido dos Trabalhadores e das trabalhadoras de 2013 a 2016, tendo como secretaria a companheira Silmara Conchão, e com a assessoria da secretaria adjunta Cristina Pechtol e com assessoria da companheira Marcia Garcia a campanha ganhou força, especialmente com a instituição do Programa “E Agora José”? Programa Socioeducativo e de ressocialização para homens autores de a violência doméstica apenados pela lei 11.340. Lei Maria da Penha. A articulação e a difusão da campanha do laço branco para toda região do ABC e outras regiões do estado foi significativamente ampliada com a instituição do curso de Gênero e Masculinidades do Grande ABC em 2015 e com a fundação do Fórum de Gênero e Masculinidades do grande ABC o qual somos membro fundador, e com a formação do Fórum de Gênero e Masculinidades do alto Tietê, o qual foi articulado por nós da militância daqui do ABC.

REFLEXÃO:

Ao mesmo tempo que é importante uma campanha de engajamento de homens pelo fim da violência contra a mulher, é lamentável a necessidade de haver uma campanha, o ideal de sociedade humana era que não houvesse violência de gênero contra as mulheres e menos ainda que houvesse o “massacre de Montreal” onde 14 vidas de jovens mulheres foram eliminadas por conta do machismo e do patriarcado estrutural.
Uma vez que é impossível transformar a nossa realidade do dia para noite em um passe de mágica, é importante a adesão e militância dos homens em favor dessa causa que é de fundamental importância pelo enfrentamento da violência contra mulher.
Não obstante ser importante o engajamento nessa militância, penso que é muito pouco da nossa parte (e falo enquanto homem militante) ficarmos restritos e limitados em uma campanha de pouco mais de duas semanas durante um ano. Se faz necessário muito mais. As atitudes de desconstrução do machismo devem ser contínuas e permanentes no comportamento social e pessoal dos homens, e a palavra chave para isso é RESPEITO. Respeito às mulheres, sejam elas do seu convívio ou não. Respeito à sua liberdade de ir e vir, respeito as suas escolhas de vestuário, de local e hora onde elas queiram estar seja no lazer, no trabalho no estudo, com as amigas e amigos. E nós homens precisamos juntarmos às mulheres pela luta pela desconstrução dos espaços patriarcais e machistas historicamente construídos na sociedade, pelo fim da dominação dos homens sobre as mulheres, seja no campo profissional, nas relações afetivas entre os casais, nas instituições políticas, sejam elas executivas, legislativas ou partidárias e no lar com o compartilhamento das tarefas domésticas na educação dos filhos e filhas, etc…
E para finalizar penso que entre as pessoas de bem em toda a sociedade humana almejamos a Paz. Mas não teremos Paz enquanto não houver justiça social e não teremos justiça social enquanto não houver igualdade de Gênero, entre mulheres e homens, igualdade e respeito aos LGBTQI+ Respeito e igualdade étnico-racial e respeito e tolerância religiosa.
Somos todos, todas e todes diferentes, mas a nossa luta pela igualdade, justiça, e paz nos torna semelhantes!

FRATERNAL ABRAÇO
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Santo André, 06 de dezembro de 2020.

João Batista. JB. Dentinho.

Por ocasião dos 21 dias de ativismo pelo fim da violência contra mulher. E do dia Mundial da Campanha do Laço Branco

PT Santo André
Por PT Santo André dezembro 6, 2020 14:10