Com centrais unidas, metalúrgicos protestam contra as reformas do golpista Temer
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São Paulo – Os metalúrgicos de todo o país foram às ruas nesta quinta-feira (14) contra as reformas trabalhistas e da Previdência e a Lei da Terceirização irrestrita. O Dia Nacional de Lutas, Protestos e Greves, organizado pelo movimento Brasil Metalúrgico, reúne todas as centrais da categoria para combater os retrocessos.
Em São Paulo, a mobilização unificada se concentrou na Praça Ramos de Azevedo, em frente ao Teatro Municipal, pela manhã. Os metalúrgicos caminharam até a sede da Superintendência Regional do Trabalho, também no centro da cidade. Lá iniciaram uma coleta de assinaturas para o Projeto de Lei de Iniciativa Popular (PLIP) para a anulação da Reforma Trabalhista.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana, o Wagnão, a ação do movimento sindical demonstra que o setor industrial está unido, o que será positivo para a campanha salarial. “Algumas categorias já estão em campanha e é importante a união dos sindicatos, já que diante da soma da crise com as reformas, será difícil produzir acordos. A gente quer mostrar que só através de negociações saudáveis, onde os trabalhadores sintam-se contemplados, o país voltará a se desenvolver”, afirma à RBA.
Segundo Wagnão, alguns retrocessos já são identificados pelo sindicato, nos quais as empresas querem retirar direitos das convenções coletivas. “No Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), há dois anos não assinamos uma convenção coletiva com eles (empresários) e já estão avisando que não assinarão nos termos que foi a última convenção.”
“Queremos praticar direitos que estão consagrados há décadas, e isso estão retirando da gente. Por exemplo, a garantia para quem se acidenta no trabalho é assegurada há 20 anos e eles dizem que não assinarão a convenção se tiver essa cláusula. Então, eles estão tirando as condições para que não haja acordo”, conclui Wagner.
Já o secretário-geral da CUT-SP, João Cayres, explica que a luta não pode ficar só nas ruas, mas deve ir paras as urnas. “Ano que vem tem eleição e temos que eleger parlamentares comprometidos com o projeto dos trabalhadores e que revoguem as loucuras que esse governo aprovou. A bancada ruralista disse que acha a reforma tímida, ou seja, os que estão lá querem voltar à escravidão”, critica.
O discurso é reforçado pelo secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna. “Se somos minorias no Congresso, temos que redobrar isso, para que em 2018 possamos colocar mais companheiros representando nossos interesses, sem abandonar a luta de rua”, contempla.
Além de fortalecer a campanha salarial, o objetivo é reverter a reforma trabalhista. Caso a mudança não seja revogada pelo governo Temer, os trabalhadores planejam uma greve geral de 48 horas. “Temos que mostrar aos patrões e políticos que nós trabalhadores faremos a nossa lei”, diz Zé Maria, da CSP Conlutas.
Regiões mobilizadas
Em ritmo de campanha salarial, cerca de 5 mil metalúrgicos de Osasco e região começaram o dia com protestos nas portas das fábricas contra as reformas trabalhista e da Previdência.
Em São José dos Campos e Jacareí, houve assembleias e protestos que paralisaram por até três horas a produção. Além das mobilizações por nenhum direito a menos, os metalúrgicos também votaram pela campanha salarial. Na Gerdau e Panasonic, foi aprovado aviso de greve.
Em outros estados do país, como Paraná, Minas Gerais e Rio de Janeiro, também acontecem manifestações ao longo desta quinta.
Não só os metalúrgicos foram às ruas. Bancários também participaram do Dia Nacional de Lutas, em defesa dos bancos públicos, contra as privatizações e pela revogação da retirada de direitos.
O ato ocorreu em diversas regiões de São Paulo e também em Itapecerica da Serra. No Itaim Paulista, zona leste da capital, a manifestação teve a adesão de comerciantes locais e dos Correios, que manifestaram apoio à luta.
Fonte: Rede Brasil Atual
Foto: Edu Guimarães/SMABC