Crise hídrica se agrava em SP e Alckmin não encontra solução
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Um mês e meio após iniciar a captação do “volume morto” do Sistema Cantareira nas Represas Jaguari-Jacareí, em Joanópolis, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) também terá de usar as bombas flutuantes, a partir de agora, para retirar água da reserva profunda da Represa Atibainha, em Nazaré Paulista.
O volume útil do segundo maior reservatório do manancial zerou e não é possível transferir água para a Grande São Paulo por gravidade.
A Sabesp já havia retirado 75 bilhões de litros da primeira cota da reserva profunda em Joanópolis.
Restavam nas cinco represas do sistema 130,3 bilhões de litros, ou 13,3% da capacidade. Cálculos feitos pela própria empresa apontam que essa reserva deve acabar em outubro e outros 105 bilhões de litros devem ser captados do fundo das represas.
Para captar a água do volume morto, que fica abaixo do nível das comportas, a Sabesp instalou diques e bombas que custaram cerca de R$ 80 milhões.
Só para o funcionamento dos geradores que alimentam os equipamentos, a Sabesp gasta por dia R$ 48,8 mil com óleo diesel, que emite poluentes como enxofre.
Em seis meses, o gasto com o combustível será de R$ 8,8 milhões.
“Estão dando uma demonstração de falta de planejamento do começo ao fim.
Para solucionar um problema notadamente ambiental, tomam medidas que prejudicam o meio ambiente”, afirma a Maria Cecília Wey de Brito, secretária-geral da ONG WWF-Brasil.
Segundo a Sabesp, “toda a obra foi aprovada pelos órgãos reguladores e ambientais” e “não há nenhum prejuízo ao manancial” ao usar geradores a óleo diesel.
Qualidade. Nesta quinta, a associação de defesa dos consumidores Proteste divulgou que uma análise feita entre os dias 2 e 3 de julho em cinco bairros da capital paulista (Belém, Perdizes, Vila Mariana, Santana e Brás) constatou que a água do volume morto do Cantareira fornecida pela Sabesp estava “própria para consumo”.
Segundo a Proteste, “não foram encontrados indicadores de qualidade em desacordo” considerando normas do Ministério da Saúde.
Fonte: Estadão