Dilma entrega a população o maior Centro Paraolímpico de treinamento do Brasil
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Planejamento do Comitê Paralímpico é fazer a fase final de treinos e a aclimatação de toda a delegação na estrutura de 65 mil metros quadrados para 15 modalidades em São Paulo
“A gente planeja entrar lá neste primeiro semestre”, afirma o presidente do CPB, Andrew Parsons. “O centro é de altíssimo nível e vai apresentar condições de treinamento melhores do que qualquer outra instalação no Brasil. Assim que estiver em operação, será colocado à disposição das confederações e das modalidades para a fase final de treinos e a aclimatação da delegação completa, cerca de duas semanas antes da entrada na Vila”, explica.
O espaço conta com alojamentos para quase 300 pessoas e estrutura para treinamento de 15 modalidades do programa paralímpico: atletismo, basquete em cadeira de rodas, bocha, natação, esgrima em cadeira de rodas, futebol de 5, futebol de 7, goalball, halterofilismo, judô, rúgbi em cadeira de rodas, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas, triatlo e vôlei sentado.
Localizado no Parque Estadual Fontes do Ipiranga, em um terreno de cerca de 100mil m² (em torno de 65 mil m² de área construída), o complexo teve as obras iniciadas em dezembro de 2013 e passa pelos ajustes finais.
“A obra civil está pronta. Estamos trabalhando com a operação da piscina, que começa a funcionar este mês. Já fizemos testes de vazamento e agora vamos ligar os equipamentos, como aquecimento, filtro e componentes para tratamento da água”, explica a coordenadora da obra, a arquiteta Mei Ling. “Toda a parte fixa estará pronta até o fim de fevereiro. Temos instaladas as quadras com pisos de madeira, piscina, pista de atletismo, partes elétricas e hidráulicas, sistema de som e de controle de acesso, rede de lógica e wi-fi”, enumera.
A próxima fase é a compra de equipamentos, pelo CPB e por meio de convênios do Ministério do Esporte com secretarias do governo de São Paulo. “Em cerca de 90 dias deveremos ter a maioria do material adquirido”, acredita Parsons. O modelo de gestão, a cargo do Comitê, está em fase final de definição.
“É a realização de um sonho ter um centro de treinamento específico para o esporte paralímpico, multidesportivo e do mais alto nível. É um legado dos Jogos que vamos oferecer aos atletas. Será uma sensação de dever cumprido quando fizermos isso”, define o presidente.
Investimentos federais
Além do CT paralímpico, resultado de R$ 167 milhões do Ministério do Esporte e de R$ 115 milhões do governo de São Paulo, o governo federal tem outras fontes de investimento no esporte paralímpico. Desde 2010, foram celebrados 17 convênios com o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), que somam R$ 67,3 milhões e contemplam a preparação das seleções permanentes em 16 modalidades para o ciclo de 2016, incluindo a participação em treinamentos e competições, no Brasil e no exterior.
O último convênio com a entidade, celebrado em 2015 e publicado no Diário Oficial no início deste mês, investe R$ 4,4 milhões no apoio aos atletas beneficiados pelo Plano Brasil Medalhas e o programa Bolsa Pódio, com a contratação de profissionais para equipes multidisciplinares de 12 modalidades.
Hoje, há 94 atletas paralímpicos de esportes individuais contemplados com a Bolsa Pódio, o que significa um investimento anual de R$ 14,9 milhões. Por meio no Plano Brasil Medalhas, 60 atletas de modalidades coletivas (vôlei sentado, futebol de 5, futebol de 7 e goalball) também são apoiados.
Além disso, a Lei Agnelo/Piva repassou ao CPB, entre 2007 e 2014, R$ 209,8 milhões. A arrecadação será ainda maior nos próximos anos, já que em julho de 2015 foi aprovada a Lei Brasileira da Inclusão, que ampliou de 15% para 37,04% a fatia de recursos de loterias destinados ao Comitê Paralímpico. Tendo por base os valores de 2014, a destinação anual ao CPB passará de R$ 39 milhões para aproximadamente R$ 130 milhões.
O Ministério do Esporte ainda firmou convênios com a Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM). Um deles, no valor de R$ 2,3 milhões, permitiu a estruturação de dois centros de treinamento paralímpico (um em Brasília, para atletas andantes, e um em Piracicaba, para cadeirantes), além da aquisição de equipamentos, formação de equipe multidisciplinar, custeio da comissão técnica e apoio à preparação da seleção, com 15 atletas. Outro convênio com a CBTM, celebrado em 2013, destinou R$ 1,1 milhão à participação dos jogadores nas principais competições do calendário internacional, com foco na classificação para o Mundial da China, em 2014.
Na Bolsa Atleta, desde a criação do programa, já foram 8.991 bolsas concedidas a atletas de modalidades paraolímpicas e a outras que não constam do programa dos Jogos, em um investimento de R$ 126,6 milhões. Em 2015, dos 6.131 contemplados, 1.298 são paralímpicos (R$ 18,7 milhões). Para incentivar a base e descobrir novos talentos, há ainda a criação de 254 Centros de Iniciação ao Esporte (CIEs), em 240 cidades do país, fruto de um investimento de R$ 910,5 milhões. Em cada um deles haverá a prática de até 13 modalidades olímpicas, seis paralímpicas (esgrima em cadeira de rodas, judô, halterofilismo, tênis de mesa, vôlei sentado e goalball)e uma não olímpica (futsal).
Os investimentos no esporte paralímpico têm dado muitos resultados para o Brasil. Nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto, no ano passado, por exemplo, o país terminou a competição, pela terceira vez seguida, como líder do quadro de medalhas. Foram 257 medalhas, sendo 254 (98,8%) conquistadas por bolsistas do governo federal. Dos 215 atletas que subiram ao pódio no Canadá, 199 (92,5%) são bolsistas. A meta nos Jogos Paralímpicos do Rio é chegar ao Top 5.