Dilma: “Pacote não muda promessa de campanha”
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“Os ajustes que estamos fazendo são necessários para manter o rumo, para ampliar as oportunidades, preservando as prioridades sociais e econômicas (…)”, disse Dilma diante de seus 39 ministros e o vice-presidente Michel Temer na Granja do Torto, residência de campo oficial da Presidência.
“A população brasileira votou também por mudanças e nós não podemos esquecer disso.” “Mostraremos que não alteramos um só milímetro do projeto vencedor das eleições”, completou.
Dilma defendeu a política econômica adotada no primeiro mandato. Segundo Dilma, o governo “cumpriu o seu papel” ao absorver impactos gerados pela crise mundial, preservando o emprego e a renda do trabalhador. Mas reconheceu que essa política chegou ao limite.
“Estamos diante da necessidade de promover um reequilíbrio fiscal para recuperar o crescimento da economia o mais rápido possível, criando condições para a queda da inflação e da taxa de juros no médio prazo.”
Segundo a Folha apurou, o ministro Joaquim Levy (Fazenda) disse durante a reunião que o rebaixamento da nota de crédito do Brasil pelas agências de risco está fora do radar e que a equipe econômica terá como função principal garantir o cumprimento da meta fiscal do ano.
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou que uma política fiscal rigorosa facilitará o trabalho do BC em trazer a inflação para o centro da meta (4,5%) até o final de 2016.
Dilma citou a crise hídrica como um dos problemas que o governo terá que enfrentar. Ela pediu colaboração dos ministros para auxiliar os governos estaduais e municipais no enfrentamento do problema, principalmente no Sudeste. Disse ainda que o governo está tomando medidas para garantir o abastecimento energético do país.
A presidente também aproveitou a reunião para defender as mudanças anunciadas no pagamento de benefícios trabalhistas e sociais. “Nesses casos, não se tratam de ajustes fiscais, mas de aperfeiçoamento de políticas sociais para aumentar sua eficácia, eficiência e sua justiça. Sempre aperfeiçoamos as nossas políticas”, explicou.
Ela negou ainda que as medidas representem redução dos benefícios trabalhistas. “Os direitos trabalhistas são intocáveis”, disse.
No final da reunião, segundo a Folha apurou, Dilma disse não ter “mais dinheiro para jogar pela janela”, numa referência à necessidade de os ministérios economizarem. “Como diz o ministro Guilherme Afif, sabemos que um boi se come por partes. Vamos comer o boi por partes então.”
Por Folha de São Paulo