Estado quer parceria com Governo Grana para produção de água de reuso
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Reunião entre o prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), o secretário estadual de Recursos Hídricos, Benedito Braga, e o presidente da Sabesp, Jerson Kelman, discutirá a necessidade de ampliar a produção de água de reúso para abastecer o setor industrial da cidade. O encontro, solicitado pela companhia estadual e que deve ocorrer ainda nesta semana, tem o objetivo de priorizar a oferta do recurso hídrico potável para consumo humano, em mais uma estratégia contra a crise hídrica.
“Recebi ligação do governador (Geraldo Alckmin) hoje (ontem) cedo. Vamos ter de ser parceiros do Estado no sentido de buscar alternativas (para o uso industrial do recurso) para que a gente não venha a sofrer com a interrupção da água para as indústrias da cidade”, destacou o chefe do executivo andreense. Grana ressaltou que é preciso garantir que a crise hídrica não traga prejuízos para a atividade econômica do município.
De acordo com o superintendente do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), Sebastião Ney Vaz Júnior, a autarquia produz atualmente 60 litros por segundo de água de reúso, mas tem potencial para chegar a 100 litros por segundo. “A gente já estava tocando esse projeto junto com o Aquapolo (parceria entre a Sabesp e a Odebrecht Ambiental para produção de água de reúso para as empresas do Polo Petroquímico). Estamos aqui para colaborar, apesar de achar que não vai aliviar tanto.”
Em princípio, 12 indústrias de Santo André podem ser atendidas com água de reúso. Do total de recurso consumido pelas empresas, estima-se que de 30% a 40% vão para a produção industrial. A água da Aquapolo utiliza como matéria-prima o recurso proveniente do tratamento de esgoto da ETE (Estação de Tratamento de Estogo) ABC após tratamento. O Semasa compra água no atacado da Sabesp para distribuir em toda cidade, cerca de 2.000 litros por segundo.
CENTRAL DE TRIAGEM – Prevista para ser entregue em junho, a central de triagem de resíduos recicláveis do Semasa foi inaugurada na manhã de ontem. O espaço, localizado no aterro sanitário municipal, no bairro Cidade São Jorge, possibilitará a ampliação do índice de material reciclado da cidade, passando dos atuais 8% (1,1 mil toneladas de lixo seco por mês) para 20% (3,7 mil toneladas) até o fim de 2016. O atraso na obra ocorreu por conta do custo dos equipamentos necessários para operar o espaço (cerca de R$ 1 milhão).
O município coleta 616 toneladas por dia de resíduos úmidos, sendo que 25% deste volume poderia ser aproveitado pelas duas cooperativas da cidade, mas acaba no aterro. O superintendente da autarquia lembra que, com a entrega dos dois galpões, a expectativa é que a vida útil do aterro seja prolongada. A primeira etapa de reabertura, em março de 2014, após ficar fechado por seis anos, equivale à área de 12 mil m² e permite sobrevida até 2018.
O espaço recebeu R$ 972,3 mil em recursos, sendo R$ 619,6 mil da Caixa Econômica Federal e o restante contrapartida municipal. A partir de agora, as cooperativas Cidade Limpa e Coopcicla, que funcionavam em condições precárias, terão à disposição equipamentos como esteiras elevadas, prensas, balanças eletrônicas e empilhadeiras. Até o fim do ano, a meta é reciclar 15% do volume de lixo coletado.
Grana destacou que a entrega permitirá dobrar o quadro de funcionários das cooperativas. Hoje, a Coopcicla funciona com 30 colaboradores e a Cidade Limpa, com 25. “Cada trabalhador tem condições de processar 200 quilos por dia de resíduo reciclável. Antes eles não estavam processando nem 50 quilos”, ressalta Ney.
A elaboração e divulgação de campanha de conscientização é o próximo passo do Semasa, ressalta Ney. Isso porque cerca de 70% do material que chega às cooperativas precisa ser rejeitado porque não se inclui na lista de itens secos.
Fonte:
DGABC