#GolpistasNãoPassarão: Violência e intolerância tentam impedir Marcha das Mulheres Negras
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No momento do atentados contra a integridade das manifestantes, a Marcha das Mulheres Negras contava com mais de 10 mil participantes, segundo a Polícia Militar do Distrito Federal.
A PM informou que os homens eram policiais civis, integrante do grupo que está acampado em frente ao Congresso, que além de pedir o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, defende a volta dos militares ao poder.
As mulheres foram impedidas de se aproximar do parlamento pelo gramado, local onde está situado o acampamento, iniciando uma discussão entre os membros dos dois movimentos.
O deputado federal e presidente da Comissão de Direitos Humanos, Paulo Pimenta (PT-RS), foi chamado para tentar apaziguar os ânimos.
Entretanto, Pimenta acabou sendo agredido pelas costas e atingido com gás de pimenta pela PM, caiu no chão e precisou de socorro médico.
“Nós estávamos lá para evitar que tivesse um conflito mais grave e acabei sendo atingido de maneira covarde. Fui atingido por atrás e dois policiais militares dispararam gás de pimenta diretamente no meu rosto, nos meus olhos”, relatou o deputado à Agência PT de Notícias, ao prometer fazer uma representação contra a ação dos policiais.
Para Pimenta, a polícia deveria ter feito pelo uma revista nos manifestantes pró-impeachment. Essa falta de cuidado, segundo ele, fez com que bombas ou rojões tenham sido arremessadas na direção das mulheres que marchavam.
“Isso tudo também é fruto da conivência da permanência desses manifestantes que estão aqui numa atitude ditatorial, defendendo a volta do regime militar, querendo rasgar a Constituição Federal e se apropriaram do espaço público. Desde que eles estão aqui ninguém mais pode exercer seu direito de se manifestar neste gramado”, ressalta.
Pela igualdade de direitos – A dona de casa Maria da Fé viajou da Baixada Fluminense, Rio de Janeiro, para Brasília (DF), especialmente para a marcha motivada pela luta contra a violência diária sofrida pelos negros, dentro e fora da marcha.
“Nós lutamos contra racismo, violência e pelo bem viver e de repente nós somos paradas pela violência. Um caminhão com as mulheres de axé, mães de santo, idosas e crianças e o camarada jogando bomba e atirando”, refutou.
“Todo mundo deitou no chão do caminhão. Na hora a gente não sabia se era tiro, se era bomba ou rojão. Tinham muitas mulheres passando mal na grama. Estávamos em uma passeata pacífica e fomos agredidas”, relatou, com revolta.
A deputada Maria do Rosário (PT-RS) também estava no local e denunciou a atitude antidemocrática do movimento que “homenageia” o autoritarismo. A petista lembrou que recentemente foram encontrados diversos materiais bélicos dentro do carro de um manifestante pró-golpe, dentre eles uma pistola e um soco inglês com uma adaga embutida.
“Esse espaço está ocupado por facistas, daqueles que querem o golpe. Não é possível que o Congresso permita a permanência deste acampamento aqui. A população tem que cobrar que esta Casa, que é de todos os brasileiros, não possa ser privatizado para o interesse de alguns que carregam consigo a bandeira do golpe, a bandeira contra a Constituição”, enfatizou.
Por Danielle Cambraia, da Agência PT de Notícias