O nó que a esquerda deu no movimento golpista
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*** Diante da organização e do caráter ordeiro e pacífico da manifestação da esquerda, dos movimentos sociais organizados, ficaria muito feio para a direita, (ou seja, para os manifestantes da Globo), permitir que ocorresse baderna no domingo ***
Foi fantástica a manifestação dos movimentos sociais de esquerda na última sexta-feira 13. Foi vitoriosa sob todos os aspectos e talvez até na quantidade de gente se observarmos alguns vídeos que mostram toda a Paulista em um dos lados completamente ocupada e a Consolação também tomada. Proporcionalmente, levando em conta as datas das convocações, o da esquerda, foi vitorioso.
Começou com o pessoal da CUT em frente à PETROBRAS. Uma assembleia de professores no vão livre do MASP decidiu pela greve da categoria à partir do dia 16. Juntaram-se aos professores o MST, o Levante Popular da Juventude, o MAB, a CMP, Fora do Eixo e tantos outros movimentos, todos com forte conteúdo intelectual e popular.
Na frente da prefeitura estava a turma do MTST que apoiava a manifestação dos Garis, com um sem número de manifestantes, mas todos à esquerda, com reivindicações específicas e organizadas.
Todos esses grupos foram se juntando, mesmo debaixo de forte chuva, reencontrando pessoas que retornavam às ruas após muito tempo. Que retornavam ao seu lugar de origem.
E talvez não importe se havia mais gente na “micareta da direita”, pois aí, já estava pautado o mínimo de civilidade.
Quero dizer que diante da organização e do caráter ordeiro e pacífico da manifestação da esquerda, dos movimentos sociais organizados, que ficaria muito feio para a direita, (ou seja, para os manifestantes da Globo), permitir que ocorresse baderna no domingo.
Por isso, os órgãos sob comando do governo de direita do Alckimin agiram rápido e logo localizaram os carecas do subúrbio e os neutralizaram.
Apesar dos privilégios, como a contagem exponencial da PM que elevou de nove mil para 580 mil em apenas uma hora e vinte minutos e do fechamento das duas faixas da Paulista quando ainda haviam somente 300 manifestantes, dando cara de praia ao local preparado para receber as donas de casa que saíram no domingo por não ter novela, nada de conteúdo útil pode-se observar; a não ser aquele lamento de criança chorona pedindo um tapa na bunda diretivo aos pais, a alguém a lhes guiar, “preciso do exército a me mandar”, típico de quem não chegou à maturidade, nesse caso, democrática.
Grande e silenciosa vitória da esquerda que desmoralizou e desarmou com antecedência a possibilidade de ocorrer conturbação, um dos possíveis motivos ou possível desculpa para iniciar um processo de utilização de força e até de impeachment da Presidenta, de o país estar conturbado e sem controle, criando uma situação em que essas donas de casa se arriscam a acabar com suas le cruiseres até 2018.
Então a vitória que a esquerda conseguiu foi muito além das aparências. Foi psicológica e é possível admitir que a grande maioria da população, inclusive a maioria das pessoas que estavam lá no domingo, adotou uma postura democrática ao rejeitar a violência e a solução pela força.
A união da esquerda, ainda iminente diante da situação, já pode se dizer que é fenomenal, pois na sexta não era um movimento do PT, mas um movimento à esquerda e consciente das questões do país como democracia e soberania, interesses geopolíticos, comportamento das instituições, etc.
A baderna ficou então resumida ao plano das ideias, pois de intelectual não tem nada, pois era aquela verborragia horrorosa do lúmpem social (ou do lixo social), da sociedade desorganizada, da mulher do banqueiro ao pequeno comerciante que foi lá e levou seus empregados para se posicionarem no pensamento de Capitanias Hereditárias (certamente porque deixará aos seus filhos suas posses e isso o torna igual ao dono da AMBEV, do Itaú ou da Globo) esses sim pensaram em uma forma fácil de chegar ao poder.
Utilizam-se até de agentes do estado, esses, verdadeiros corruptos a serviço de interesses de outros países, para darem cabo ao golpe, como tornar ilegais doações legais, para buscarem algum estofo jurídico para o impeachment, e para aos estrangeiros entregarem o pré-sal e a construção civil do país.
No mais, aos que participaram do dia 15 com honestidade de propósito tenho a dizer somente uma coisa: “Hoje você caminhou lado a lado com quem defende a ditadura e até ao lado de nazistas. Amanhã, te mandam calar a boca.”
*Rodrigo Frateschi é advogado e militante do PT
Fonte:
http://www.humbertotobe.com.br/