‘Planejamos entregar um país melhor em 2018’ diz Ministra Tereza Campello
Artigos relacionados
*** Ministra diz que, mesmo com redução de gastos prevista pelo governo federal, programas sociais não sofrerão redução de verba ***
A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, garantiu hoje (3) que o Bolsa Família e os demais programas sociais sob responsabilidade da pasta não sofrerão cortes apesar da contenção de gastos anunciada pelo governo federal em janeiro. Ela participou, em São Paulo, do lançamento de uma pesquisa do Instituto Data Popular sobre a nova realidade das favelas brasileiras.
“Este ano não vai ser um ano fácil. Vai ser um ano difícil para todo mundo. A grande agenda é de preservação do patamar que já estabelecemos. Não estão colocadas medidas de redução dos programas sociais com que já trabalhamos. Nosso esforço é garantir padrão de vida, qualidade e direitos para nossa população”, disse a ministra.
O Ministério do Planejamento anunciou em 8 de janeiro um corte provisório de R$ 1,9 bilhão por mês, o que significaria uma economia anual de R$ 22,7 bilhões. O contingenciamento anunciado é resultado de um corte linear nas despesas de custeio consideradas não obrigatórias de todos os ministérios. Assim, a previsão inicial para esses gastos foi reduzida em um terço em todas as pastas.
“O corte não compromete os programas. Temos a perspectiva de continuar crescendo e ampliando. No caso das ações que cabem ao Ministério do Desenvolvimento Social a gente continua com todas nossas ações funcionando: Bolsa Família, acesso ao crédito, distribuição de sementes, tudo. O ministério não parou”, disse a ministra. “Eu acho que a gente tem que pensar em 2018. Tínhamos metas até 2014, muito ousadas, e todas foram cumpridas. Agora eu olho 2018, porque olhando só março, abril e maio não é possível pensar no Brasil. Estamos planejando para em 2018 entregarmos um país ainda melhor do que o que temos hoje.”
A ministra criticou duramente o preconceito das classes mais elevadas contra as pessoas mais pobres e contra os beneficiários do Bolsa Família, sobretudo com os argumentos de que eles são pobres porque não querem trabalhar ou que querem ter muitos filhos para aumentar o benefício do Bolsa Família. No seu entendimento, essa postura deslegitima o governo de implementar ações em prol da redução da desigualdade de renda.
“As pessoas reproduzem informações completamente erradas sobre a população pobre e a população que vive em favela, dizendo que gastam mal o dinheiro, e até que são violentos ou coniventes com o crime. Quando a gente olha dados, eles revelam exatamente o oposto. Falta informação”, afirmou. “A população não conhece os dados e fica repetindo as mesmas frases, que quem é pobre é vagabundo ou perdedor. No Brasil, temos os dois opostos: quem é pobre é pobre por falta oportunidade, por ter sido excluído e por não ter tido acesso a um conjunto de coisas, que estamos tentando mudar. Ele, na verdade, é um vitorioso.”
Estudos apontam que 70% dos moradores de favelas e 75% dos beneficiários do Bolsa Família trabalham. Além disso, dados do Ministério do Desenvolvimento Social mostram que o número de filhos por mulher reduziu em média 10% nos últimos anos – entre as mulheres pobres a taxa chega a 16%, e entre as pobres nordestinas, a 26%.
Fonte:
Rede Brasil Atual