Por esquema de corrupção, Aidan pode pegar até 15 anos de prisão
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Ex-prefeito teria participado diretamente de cobrança de propina para liberação de licenças
O MP (Ministério Público) denuncia nesta terça-feira (05/04) o ex-prefeito de Santo André Aidan Ravin (PSB) por corrupção e formação de quadrilha. A acusação se dá após investigação que apontou a cobrança de propina para a liberação de licenças ambientais para realização de obras na cidade. Aidan, que foi prefeito entre 2009 e 2012, teria participado diretamente da extorsão às empresas. A acusação pode render até 15 anos de prisão.
Além do ex-prefeito, outras dez pessoas serão denunciadas, entre elas Ângelo Pavin, ex-superintendente do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), órgão responsável pela emissão das licenças. Na lista, também estão funcionários como o ex-diretor da autarquia Roberto Tokuzumi, um dos que denunciaram ao MP o suposto esquema de corrupção existente no governo passado.
O promotor do caso, Roberto Wider, afirma que, no caso de Tokuzumi, por ter colaborado com as investigações, poderá solicitar redução da pena, mesmo não tendo feito um acordo de delação premiada.
As 11 pessoas responderão por formação de quadrilha (um a três anos de prisão), corrupção (dois a 12 anos de reclusão) e falsificação de documentos (dois a oito anos de prisão). O ex-prefeito não será incluído neste último crime.
O inquérito da Polícia Civil possui 47 volumes, 8.245 páginas e 20 depoimentos, além de mais seis volumes do inquérito do Ministério Público, que tramitou paralelamente. Os depoimentos de advogados e empresários revelaram o envolvimento do ex-prefeito.
“As pessoas que denunciaram não chegaram a pagar a propina, mas denunciaram o esquema e isso já é suficiente para configurar crime de corrupção. Basta solicitar a propina que o crime é configurado. A denúncia é de que o então prefeito cobrava sua própria parte”, explicou o promotor.
As acusações sobre venda de licenças ambientais surgiram em 2012, último ano de governo de Aidan. O ex-prefeito chegou a exonerar o então superintendente do Semasa Angelo Pavin, acusando-o de “quebra de confiança”.
O ex-prefeito foi procurado, mas até o fechamento da reportagem não havia dado retorno para se posicionar sobre o assunto. Angelo Pavin e Roberto Tokuzumi não foram localizados.
Por: ABCD Maior