Prefeitos do ABCD são contra impeachment de Dilma
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A maioria dos prefeitos do ABCD é contra o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) que tramita no Congresso Nacional, encabeçado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB) e também por partidos como o PSDB e o Solidariedade. Até o momento, os três prefeitos petistas (Luiz Marinho, Carlos Grana e Donisete Braga), além do único administrador tucano da Região, Gabriel Maranhão, são contra a cassação da presidente e criticam a falta de embasamento legal.
Enquanto isso, os prefeitos de São Caetano, Paulo Pinheiro (PMDB), e de Diadema, Lauro Michels (PV), preferiram ficar “em cima do muro”. Saulo Benevides (PMDB), que comanda Ribeirão Pires, não foi encontrado pela reportagem.
Para Maranhão, que também é presidente do Consórcio Intermunicipal, a questão está ligada aos interesses pessoais de Cunha. “Acho que o presidente da Câmara foi oportunista e não está preocupado com o País. Tudo está parado. Só se fala em crise política e o Brasil não tem definição de fato do que vai acontecer. É uma vergonha essa manobra”, disse o prefeito do PSDB.
Carlos Grana, que chegou até a se licenciar do cargo em outubro do ano passado para fazer campanha pela reeleição de Dilma, afirma que o pedido de afastamento não tem base jurídica. “Propor o impeachment é apostar no ‘quanto pior, melhor’. Infelizmente parte da classe política está apostando nessa situação. O pedido de impeachment não tem fundamento jurídico algum. Não podemos aceitar”, disse Grana.
Em São Bernardo, Marinho afirmou que a articulação de Cunha com outros setores da sociedade se trata de um “golpe”. “Vamos fazer todo tipo de mobilização. Já estou conversando com lideranças nacionais para acabar com esta baixaria, com esta tentativa de golpe. Levarei o tema para a reunião do Consórcio e a Frente Nacional dos Prefeitos já prepara documento em apoio à presidente. Ao contrário do que muitos andam dizendo, os empresários não querem impeachment; o que se procura é a estabilidade e a segurança no governo para que a economia comece a andar.”
Para o prefeito de Mauá, Donisete Braga, a possibilidade de impeachment deve logo ser afastada para o bem do Brasil. “Não dá para se arrastar esse assunto para 2016. Precisamos resolver essa questão logo. Esse tema tem paralisado o País. Depois disso, é preciso resolver a questão do Cunha, que é um câncer na política brasileira.”
Em cima do muro
Pinheiro, que ingressou no PMDB em 2011 pelas mãos do vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), preferiu a neutralidade ao ser questionado sobre o assunto. “A possibilidade de impeachment da presidente Dilma é decisão que cabe exclusivamente ao Congresso Nacional, porém com base constitucional. Queremos ver o crescimento do Brasil.”
Na mesma linha foi o prefeito de Diadema, Lauro Michels. “Somos a favor do bem do País. Sendo provadas as acusações, então que seja feita justiça, porém, se não houver provas, a politicagem não pode prevalecer. A democracia é quem deve prevalecer e os interesses da população como um todo devem ser a prioridade”, afirmou.
colaboram Karen Marchetti e Bruno Coelho
Por: Gislayne Jacinto| Fonte: ABCD Maior