Professores repetem queixas e denúncias de abandono por parte do governo Alckmin
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Segundo a presidente da APEOESP , Maria Isabel Noronha, a Bebel, há mais de 100 professores nesta situação e informou que o Sindicato já havia sugerido à pasta que houvesse estudo das demandas e da sazonalidade no número de alunos, para que medidas fossem planejadas e adotadas e os profissionais da rede de educação, não serem surpreendidos com a falta de perspectivas
No cumprimento do rito da Constituição de São Paulo, o secretário estadual da educação, prof. Dr. Herman Jacobus C. Voorwald , foi recebido na Assembleia Legislativa, na Comissão de Educação e Cultura para prestar contas de sua gestão.
Recebido pelo presidente da Comissão deputado Carlos Neder, o secretário foi indagado por deputados, representantes sindicais e profissionais da educação estadual, sobre temas, problemas e demandas recorrentes nos debates que acontecem nas Audiências Públicas promovidas pelo Parlamento paulista.
Questões como a superlotação nas salas de aulas,falta de estruturas nas escolas, problemas nas atribuições das aulas, percalços nas perícias médicas, compuseram as reclamações e cobranças ao secretário Herman. Na visão do secretário os problemas estão sendo equacionados e justificou dizendo que desde que assumiu a pasta, definiu cinco eixos para desenvolver na sua gestão;- recursos humanos, gestão pedagógica, modernização, racionalização e descentralização da educação e envolvimento da sociedade no processo educacional. Para o secretário este roteiro de propósitos têm alcançado avanços na qualidade da educação estadual e atendido demandas da categoria.
Dentre as denúncias apresentadas pelos participantes estiveram a precariedade das escolas de lata, localizadas em bairros da zona sul da capital e a superlotação das salas de aulas.Alegando falta de informações que havia solicitado da FDE – Fundação para o Desenvolvimento da Educação, sobre a relação das escolas de lata existentes na rede estadual, o professor Herman disse que tem encontrado dificuldade junto ao Ministério Público Estadual, para fazer reforma nas escolas de lata, pois o órgão questiona os custos das obras.
Ainda de acordo com o secretário o problema é que o Estado não tem para onde remanejar alunos e profissionais durante o período das obras.Deputados e lideranças sindicais contestaram os argumentos apresentados, classificaram como maquiagem as obras nas escolas de lata realizadas pela secretaria, cobraram obras estruturais e chegaram a narrar experiências adotadas que permitiram as obras acontecerem mesmo durante o período letivo.
Polêmicas
Além das questões a respeito das escolas de lata, a temperatura se elevou nas discussões dos itens, números de alunos por sala de aula e progressão continuada, que é um método de ensino.
Na avaliação do secretário do governador Geraldo Alckmin, não há relação entre superlotação da sala de aula, qualidade do ensino e desempenho dos alunos.Quanto à progressão, Herman defende que a repetência pode trazer danos para a criança que pode se sentir rotulada como incompetente.
Assim como das vezes anteriores o secretário Herman Voorwald, ficou contrariado com os protestos da plateia e ameaçou abandonar a Audiência, ao se ver questionado e vaiado por suas colocações.
A dificuldade de alguns professores na definida da atribuição de aulas para o próximo ano e o fechamento de escolas no interior de São Paulo, também trouxeram colocações acaloradas por parte de lideranças sindicais.
Segundo a presidente da APEOESP , Maria Isabel Noronha, a Bebel, há mais de 100 professores nesta situação e informou que o Sindicato já havia sugerido à pasta que houvesse estudo das demandas e da sazonalidade no número de alunos, para que medidas fossem planejadas e adotadas e os profissionais da rede de educação, não serem surpreendidos com a falta de perspectivas. “ O fechamento de escolas é mais uma medida que corresponde à lógica do enxugamento do Estado,” apontou Bebel.
Configurou também na relação de questões emblemáticas, o projeto de Escolas de Tempo Integral, que de acordo com as lideranças há casos em que as direções das escolas têm imposto a adoção do programa, sem primar pelas condições estruturais das unidades escolares e sobrecarregando os profissionais, que sofrem ameaças e ou retaliações ao recusam a proposta.
Morosidade nas perícias e aposentadorias
Os problemas com as perícias médicas foi outro ponto trazido pela comunidade educacional, e que já esteve no rol das queixas apresentadas ao secretário, em outras Audiências.
Além dos deslocamentos para fazer a avaliação médicas, os professores reclamam da falta de sensibilidade dos médicos na avaliação dos enfermos. “ Nós tivemos reconhecido os direitos dos trabalhadores em 80% das ações judiciais, com sentenças favoráveis, pois o Estado quer que os professores trabalhem mesmo que estejam doentes”, declarou Bebel.
A morosidade dos processos de aposentadorias foi ilustrada com o caso do ex- presidente da APEOESP, Jão Felício, que está com 68 anos de idade, sendo que cumpriu 40 anos de contribuição previdenciária e mesmo tendo ganhado ação judicial, ainda não conseguiu se aposentar, relatou a atual presidente da entidade. O secretário anotou as reclamações e disse que tomaria as providências.
*Com informações de Imprensa PT-SP