Projeto da Prefeitura de Santo André, leva leitura e carinho aos pacientes do Centro Hospitalar Municipal
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Mensagens positivas são escritas por usuários, crianças e funcionários do Centro de Especialidades da Vila Vitória, equipamento da rede de saúde de Santo André
Uma simples caixinha de madeira com pátina envelhecida, de 20 cm por 16 cm, disposta de forma acanhada na recepção do Centro de Especialidades III, na Vila Vitória, em Santo André, funciona como sinônimo de amor ao próximo, solidariedade e humanização na rede pública de saúde. Dentro dela, diariamente, mensagens positivas são escritas e deixadas por usuários, funcionários, crianças, estudantes, professores, religiosos e população em geral para as pessoas internadas no CHM (Centro Hospitalar Municipal). A leitura, por sua vez, é feita pelas voluntárias ‘rosinhas’ da Avssa (Associação dos Voluntários da Saúde de Santo André), entidade há 16 anos na cidade.
Em um ano e sete meses do projeto-piloto introduzido pela rede de atenção especializada, são cerca de 530 mensagens produzidas e trabalhadas pelos ‘amigos do bem’. O que deve aumentar com a ampliação para outras unidades de saúde, como no Centro de Especialidades I, localizado na região central da cidade, onde o usuário também poderá deixar seus pensamentos positivos para as pessoas acamadas do hospital.
“Não teve uma recusa até hoje”, festejou a psicóloga Gislene Alves, idealizadora do inédito projeto no Departamento de Atenção Especializada e que, em um trabalho de formiguinha e perseverança, multiplica a experiência na área de humanização no atendimento à população usuária do SUS (Sistema Único de Saúde). Muito pelo contrário. As mensagens funcionam como esperança de vida para muitos dos pacientes hospitalizados, alguns sem qualquer familiar ou amigo.
MENSAGENS – O que pôde ser constatado na prática em uma quinta-feira à tarde, durante visita à Unidade de Traumatologia, no segundo andar do CHM. “Fiquei interessado, quando ela lia (voluntária) para o paciente ao lado. Achei bonito e motiva a gente”, afirmou, com um fácil sorriso no rosto, Floriano Figueiredo Batista, 28 anos, pai de Brenda, 3 anos, que rompeu o tendão de Aquiles do pé esquerdo, durante uma partida de futebol com os amigos no fim de semana.
No caso de Floriano, ele pediu que fossem lidas as mensagens escritas por crianças. Entre elas, as de números 7 e 305, que traziam trechos significativos, como “Deus está com você todos os dias” ou “Você que está chorando, desesperado… erga os olhos”. Pedido, aliás, prontamente atendido pela simpática ‘rosinha’ Clarice do Carmo Ventola, uma das 100 voluntárias da associação fundada em 1º de abril de 1999, dentro do CHM – hoje, a entidade possui sede na mesma Vila Assunção.
“Que privilegiado você foi”, disse Clarice, de voz suave e vestida, descontraidamente, de calça branca, tênis e o tradicional avental rosa, cor que representa o amor fraternal, de acordo com a advogada Maria Emília Ridolfi Melchiori, diretora administrativa e voluntária na instituição sem fins lucrativos, que também acompanhava a ação de amor ao próximo.
Ao lado de Floriano no leito, o paciente David Machado Grillo, 44 anos, morador na Vila Helena e vendedor, internado por ter fraturado a clavícula, aprovou a surpresa disposta em duas pastas carregadas pela voluntária Clarice. “A gente fica à toa aqui na cama. Dá uma quebrada no gelo”, afirmou, visivelmente emocionado.
As mensagens também caíram como um bálsamo na ala das mulheres. A dona de casa Maria do Carmo Cosmo dos Santos, 63 anos, que estava em outro quarto e com o braço esquerdo imobilizado, após ter sofrido queda na residência, gostou do que ouviu – “Deus sempre nos dá conforto…”, trazia uma das frases pinceladas da mensagem de Letícia, aluna de escola estadual da cidade. “Traz paz, calma e sabedoria para o paciente. Sem falar que vem das crianças. Vale a pena”, disse, emocionada.
Para a voluntária Clarice, que todas as quintas-feiras ‘bate o cartão’ no hospital para o compromisso valoroso e suspende por algumas horas o carinho para as duas netinhas, a experiência não tem preço. “Fazer o maior número de pessoas felizes é o que, realmente, importa”, afirmou, a discípula do médico Hunter Adams, idealizado pelo ator Robin Willians, no filme Patch Adams – O Amor é Contagioso.
AUTORES – O que não é nada diferente para aqueles que escrevem ou deixam sua grande contribuição dentro de uma simples caixinha de madeira. “Mandar amor, carinho, compreensão e positividade é tudo de bom, principalmente para quem está doente”, apontou Ariely da Silva Oliveira, 28 anos, que perdeu a conta de quantas mensagens deixou no Centro de Especialidades da Vila Vitória, quando ali trabalhou por um ano. “Escolhia a hora do almoço para escrever e também multiplicar a iniciativa, que julgo ser muito bacana para as pessoas acamadas”, contou a hoje técnica em massoterapia e residente no Jardim Alvorada, em Santo André.
Entre as cerca de 530 mensagens originais, dispostas em cópias em duas pastas para leituras pelas voluntárias, a número 15 é uma das reproduzidas pela ex-funcionária Ariely, a partir da música Pais e Filhos, de Renato Russo e fundador da Banda Legião Urbana – “É preciso amar as pessoas/Como se não houvesse amanhã…”.
Vale de tudo no rol de mensagens positivas, inclusive desenhos coloridos e textos curtos assinados por alunos de uma classe da Escola Estadual Adib Chammas, no Jardim Santa Cristina. Na época, uma professora da instituição passou em consulta na unidade de saúde e tomou conhecimento do projeto, enquanto aguardava na recepção para ser atendida. A partir dali, trabalhou a proposta com os alunos em sala de aula.
As mensagens para as pessoas hospitalizadas integram o Projeto Pausa Saudável, que reúne série de ações entre práticas corporais, autocuidado, harmonização dos ambientes, inclusão social e humanização no atendimento. “São sementes repletas de solidariedade e empatia”, avaliou a psicóloga Gislene, também especialista em Gestão em Saúde e bastante realizada com os resultados colhidos.
Sobre a Secretaria de Saúde
Com orçamento previsto de R$ 566.994 milhões para 2015, a Secretaria de Saúde tem destinado o maior valor da peça orçamentária da Prefeitura de Santo André. O governo tem na Pasta uma de suas prioridades, inclusive com a construção de novos equipamentos públicos aos usuários do SUS (Sistema Único de Saúde).
A rede de saúde municipal é composta por 33 USs (Unidades de Saúde); dois hospitais (Centro Hospitalar Municipal e Hospital da Mulher); três UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) 24 horas; quatro PAs (Prontos Atendimentos) 24 horas; três Centros de Especialidades Médicas; um Centro de Reabilitação Municipal; dois Centros de Especialidades Odontológicas; um Ambulatório de Moléstias Infecciosas; um Centro de Referência de Saúde do Trabalhador, um Centro de Terapia Comunitária e um laboratório de análises clínicas, além do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).
Na área de Saúde Mental, são quatro Naps (Núcleos de Atenção Psicossocial), um Caps (Centros de Atenção Psicossocial), cinco residências terapêuticas, duas repúblicas terapêuticas, um consultório na rua (veículo), um Centro de Atenção à Saúde Mental e um Núcleo de Projetos Especiais. Na diretoria de Vigilância à Saúde, o município dispõe de divisões de Vigilância Sanitária; Epidemiológica; Saúde do Trabalhador e Controle de Zoonoses e Ambiental.
A Secretaria de Saúde trabalha em parceria com a Faculdade de Medicina da Fundação do ABC, que oferece vários serviços e atendimentos à população. A Pasta também oferece apoio diagnóstico e terapêutico, desde municipal até terceirizado, por meio de contratos e convênios.
A respeito de Santo André
A Vila de Santo André da Borda do Campo foi fundada em 8 de abril de 1553 e extinta em 1560. A localidade passou a ser parte do município de São Paulo e apenas em 1889 é que a região passou a ter um município com nome de São Bernardo. Este abrigava todo o ABC, e com a transferência de sede em 1939 passou a ser denominado Santo André. Este nome permaneceu, e após diversas emancipações de distritos, em 1953, o município de Santo André passou a ter a área atual de 174,38 km².
Localiza-se no ABC paulista (Região Metropolitana de São Paulo), distante 18 km da Capital. A cidade é estratégica para o setor logístico, pois está inserida no principal polo econômico brasileiro, próxima a algumas das principais rodovias estaduais e federais, as quais dão acesso ao Porto de Santos e aos aeroportos de Cumbica e de Congonhas.
Conforme último Censo, divulgado em 2010, com estimativa para 2014, Santo André possui 707.613 habitantes. No ano de 2012, o PIB (Produto Interno Bruto) foi de R$ 18,085 bilhões, sendo o 32º maior do País e o 12º maior entre as cidades do Estado de São Paulo.
Mais informações para a imprensa
Elaine Granconato – esgranconato@santoandre.sp.gov.br