PT cogita CPI para investigar a Saúde no governo Paulinho Serra (PSDB)
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A oposição ao prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), cogita pedir abertura de CPI para investigar o fechamento de sete unidades de Saúde no município, efetuado no início de agosto.
Na visão da bancada petista, a estratégia governista de obstruir os trabalhos do Legislativo e impedir assim a aprovação de requerimento para convocação da secretária da Pasta, Ana Paula Peña Dias, justifica a instalação da comissão.
Para instalar uma CPI na Câmara de Santo André são necessárias sete assinaturas. A bancada petista é formada por cinco vereadores e caberia ao grupo buscar outras adesões para apresentar o pedido. Nos bastidores, dizem que Sargento Lobo (SD) e Toninho de Jesus (PMN) estariam dispostos a rubricar o documento, o que garantiria a abertura da apuração interna.
Para Lobo, o instrumento pode ser positivo para o esclarecimento de dúvidas dos parlamentares. “Apresentar uma CPI é para entender e colaborar em um processo. Se tiver a necessidade de adotar procedimento mais duro, eu assinaria. A Câmara gosta de ouvir e quer falar”, defendeu.
Por outro lado, o líder de governo, Pedrinho Botaro (PSDB), rebateu a possibilidade de criação de CPI para investigar a reforma das unidades de Saúde. “O PT sabe bem que a palavra CPI é uma tentativa de se fazer política. O governo tem dado publicidade ao programa e os problemas na área são antigos. Mas acho que se for uma comissão sobre Saúde tem que olhar tudo, inclusive o passado”.
Já o presidente da Câmara, Almir Cicote (PSB), acredita que a visita da secretária Ana Paula ao Legislativo resolveria o impasse. “Já faz três semanas que não votamos nada. Acredito que seria razoável da parte dela vir até a Câmara e explicar o programa, no sentido de preservar o projeto, que é excelente, mas que, por uma condução equivocada, pode não ter a mesma visibilidade”, completou o socialista.
As atividades na Câmara estão paradas praticamente desde o retorno do recesso, no dia 1º. Neste período apenas um projeto foi votado e mais de 100 requerimentos não foram apreciados, entre eles a convocação do secretário de Gestão Financeira, José Grecco, para prestar esclarecimentos sobre a atualização da PGV (Planta Genérica de Valores), aprovada em junho.
Integrantes da base aliada entendem que a obstrução só gera desgaste para o governo e que haveria orientação para que os vereadores barrassem qualquer convite para secretários irem até a Câmara, principalmente da secretária Ana Paula.
Fonte: Humberto Domiciano/DGABC