PT vai investigar se governo Alckmin desviou recursos públicos para financiar blogueiro
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Parlamentares petistas pedem ao Ministério Público a quebra dos sigilos fiscal e bancário da Appendix e de seus sócios nos últimos cinco anos, verificando se suas evoluções patrimoniais foram compatíveis com seus rendimentos e se a movimentação financeira da empresa é compatível com sua atuação no mercado no período
Os deputados estaduais João Paulo Rillo e Geraldo Cruz, ambos do PT, protocolaram junto ao Ministério Público nesta quinta-feira (23) uma representação que pede abertura de inquérito civil e criminal contra o governo do estado de São Paulo diante de indícios de desvios de recursos públicos para financiar blogueiro antipetista.
A representação usou como base uma matéria do jornal Folha de S. Paulo do último sábado e matérias de blogues independentes que apontam que a Appendix Consultoria, empresa responsável por sites que disseminam material anti-PT, recebeu R$70 mil mensais entre outubro do ano passado e março deste ano como subcontratada da Propeg, agência de publicidade que presta serviços ao governo de São Paulo. De acordo com a Folha de S.Paulo, pelo menos uma das ordens de serviço que liberou os recursos à Appendix foi assinada por Juliano Nóbrega, o número dois da Subsecretaria de Comunicação do Palácio dos Bandeirantes. Nóbrega é, inclusive, marido de Cristina Ikonomidis, que recentemente se tornou sócia na Appendix – a empresa do blogueiro.
Diante disso, os deputados petistas pedem ao Ministério Público a quebra dos sigilos fiscal e bancário da Appendix e de seus sócios nos últimos cinco anos, verificando se suas evoluções patrimoniais foram compatíveis com seus rendimentos e se a movimentação financeira da empresa é compatível com sua atuação no mercado no período. Além disso, os parlamentares pretendem abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as supostas irregularidades nos contratos.
“Os fatos envolvendo a subcontratação e o desrespeito ao objetivo do contrato original apontam indícios de desvios de recursos públicos, que podem tipificar prática de crime contra a administração pública e ato de improbidade administrativa. Fernando Gouveia, dono da Appendix Consultoria, subcontratada pela Propeg, teria recebido, de outubro de 2014 a março de 2015, R$ 70 mil mensais”, afirmou em nota a assessoria do deputado João Paulo Rillo.
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De SpressoSP