Sem solucionar problema no Cantareira, Alckmin fala em usar volume morto do Alto Tietê
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Sistema é formado por cinco represas e está com 22,4% da capacidade. Água será retirada da represa de Biritiba e transferida para a Jundiaí.
A Sabesp anunciou que pretende começar a utilizar a reserva técnica do Sistema Alto Tietê, o segundo maior da Grande São Paulo, a partir do mês de agosto.
Ao todo, 25 bilhões de litros de água do volume morto deverão ser bombeados.
O sistema Alto Tietê é formado por cinco represas e está com 22,4% da capacidade: 116 bilhões de litros.
“Nós estamos prevendo a utilização de uma reserva técnica no Biritiba Mirim a partir do mês de agosto, a partir de obras que vão tirar água da represa Biritiba para jogar na captação do túnel de transferência do Biritiba para o Jundiaí”, explicou o diretor metropolitano da Sabesp, Paulo Massato.
Em dezembro de 2013, o Sistema Alto Tietê foi acionado para auxiliar o Sistema Cantareira, que está utilizando seu volume morto. Desde maio, o Alto Tietê vem perdendo por mês o equivalente de 5% de sua capacidade total.
Segundo a Sabesp, das cinco represas do Alto Tietê, as duas que têm reserva técnica já recuaram muito. Na Biritiba as pessoas conseguem andar pelo local que antes era alagado. “Estou aqui há 5 anos e desse estado que está é a primeira vez”, diz o comerciante Nick Morimoto.
Na represa Jundiaí, construções antes submersas estão ressurgindo. A Sabesp informa que a reserva técnida da represa também poderá ser utlizada nos próximos meses. “A outra reserva técnica maior, que é a do Jundiai, nós utilizaremos somente se necessário a partir de novembro deste ano”, explica Massato.
No caso do cantareira, o volume morto começou a ser bombeado em maio, quando o nível chegou a 8%. “O maior desafio é convencer as autoridades de que não podem trabalhar só na crise, essa situação da seca é uma situação que vai passar quando vierem as chuvas e aí todo mundo vai esquecer desse problema até ele aparecer de novo”, diz Benedito Braga, presidente do Conselho Mundial da Água
Inquérito
O Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema) – núcleo do Ministério Público voltado à proteção ambiental – instaurou inquérito civil para verificar se é regular a gestão do Sistema Alto Tietê. A portaria de instauração do inquérito é assinada pelo promotor Ricardo Manuel Castro.
Castro pediu informações sobre o funcionamento do Sistema para a Sabesp, Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp), Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e Agência Nacional de Águas (ANA).
O MP acredita ser necessária a investigação pela “falta de planos de contingência nos municípios da região metropolitana para o enfrentamento da crise de abastecimento de água” e “existência de indícios de ingerência não técnica nas tomadas de decisões para a gestão da crise de abastecimento de água”.
O inquérito foi instaurado em 26 de junho. O MP explica que os órgãos têm prazo de 15 dias para enviar as informações contando a partir da data em que receberam o pedido. Esta é a primeira etapa do inquérito e caso os órgãos não enviem ou encaminhem informações insuficientes, o promotor pode reiterar o pedido. O inquérito tem 180 dias para ser concluído.
Fonte: G1