Surpresos com racionamento prefeitos da Grande São Paulo querem comitê de crise da água

PT Santo André
Por PT Santo André janeiro 28, 2015 20:38

Surpresos com racionamento prefeitos da Grande São Paulo querem comitê de crise da água

Secretário de Recursos Hídricos do estado deve dar resposta em 10 dias.
Segundo Haddad, prefeitos ficaram surpresos sobre anúncio de rodízio.

Prefeitos da região metropolitana de São Paulo solicitaram na manhã desta quarta-feira (28) ao secretário de Recursos Hídricos do estado, Benedito Braga, que seja criado um comitê para acompanhar a crise hídrica, um plano de contingência e um plano de comunicação. A reunião na Praça das Artes, no Centro, reuniu cerca de 30 prefeitos e assessores e foi articulada pelo prefeito de São Paulo, Fernando Haddad.

Ele afirmou que o clima na reunião foi de ansiedade diante da declaração do dia anterior de que a Sabesp estuda adotar um rodízio de 5 dias sem água por 2 com abastecimento, caso a situação se agrave. Haddad afirmou os prefeitos foram pegos de surpresa pelo anúncio. Benedito Braga afirmou que a empresa tem estudado todas as medidas possíveis para contornar a crise.

As reivindicações feitas ao estado são três: 1. a instalação de um comitê de crise; 2. um plano de contingência que preveja as medidas a serem adotadas segundo a quantidade de chuvas; 3.um plano de comunicação mais efetiva.

“Nós fizemos três reivindicações: a instalação imediata de um comitê de crise, reunindo presidente dos consórcios metropolitanos, o prefeito da capital e o governo do estado e que esse comitê tivesse reuniões periódicas de acompanhamento das precipitações. Para fazermos um acompanhamento fino das providências que estão sendo tomadas”, afirmou Haddad.

“A segunda reivindicação foi a criação de um plano de contingência que seja rapidamente divulgado com os cenários que podem se modificar de acordo com as precipitações. A partir dele, ficaria estabelecido quais as providencias que precisam ser tomadas para evitar o colapso do abastecimento”, disse o prefeito de São Paulo.

“Esse plano de contingência não diz respeito só ao abastecimento de água. Diz respeito à questão de segurança, à questão de saúde pública, que são temas que terão repercussão se o rodízio for implantado, sobretudo o rodízio dessa severidade”, completou.

De acordo com Haddad, ele se comprometeu a dar uma resposta aos prefeitos em dez dias.

Racionamentos severos
Para o prefeito, alguns equipamentos públicos precisam de um cuidado especial no caso da implantação de racionamentos severos.

“Como é que você vai abastecer hospitais, postos de saúde, escolas. Os grandes equipamentos podem ter uma ligação direta com a adutora, que não tenha restrição de uso, mas as escolas são pulverizadas então você vai precisar de um plano de contingência diferenciado”.

A terceira reivindicação foi a divulgação de um “plano de comunicação mais efetiva” já que, segundo o prefeito da capital, parte da população ainda não se deu conta da gravidade da crise.

“A população vinha contando com um cenário que não se confirmou. O cenário de dois, três meses atrás divulgado pelas autoridades competentes é de que não faltaria água. Muita gente está desavisada sobre a severidade da crise”, observou Haddad.

Medidas preparatórias
Haddad disse que, durante a reunião, o secretário de recursos hídricos explicou que a implantação de um rodízio rigoroso exige medidas preparatórias. “Mesmo que quisesse se fazer agora, os sistemas da Sabesp não está preparados para isso”.

O secretário ainda destacou que o projeto da Prefeitura de São Paulo de multar quem lava calçadas e carros com água tratada também foi partilhada com os outros prefeitos. “Hoje há a campanha [para uso racional da água], mas, efetivamente, se quiser multar aquela que está desperdiçando água você precisa dessa legislação [municipal]”, observou. Para Haddad, no entanto, a gravidade da crise exige atitudes mais concretas.

“É óbvio que a legislação de desperdício é importante, mas vamos situar isso dentro de uma escala. Na escala de gravidade do que estamos vivendo é uma medida simbólica, importante, mas que vai representar muito pouco da escala do problema. O problema é muito maior”, ressaltou.

Fonte: G1

PT Santo André
Por PT Santo André janeiro 28, 2015 20:38