#TodosSoltos : Governos do PSDB de FHC e Aécio esvaziam investigação sobre compra de votos
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Mais um caso escancarado de abuso do poder econômico, sem explicação do PSDB de Aécio e FHC, em detrimento da eleição democrática aconteceu em maio de 1997, quando os deputados Ronivon Santiago e João Maia revelaram que cada um deles recebera R$ 200 mil para colaborar favoralmente na votação da emenda constitucional que criava a reeleição dos presidentes e governadores.
Manchete da Folha de S.Paulo, no dia 13 de maio de 1997, constatou que a compra de votos para a reeleição foi desmascarada, ao passo que o deputado Ronivon Santiago (à época no PFL – atual DEM – do Acre) contou que votou a favor do projeto, em troca de R$ 200 mil.
Os compradores seriam os até então governadores do Acre, Orleir Cameli, e Amazonino Mendes, do Amazonas.
Vale lembrar que a Câmara aprovou, em janeiro de 1997, a emenda constitucional da reeleição que passou a permitir que prefeitos, governadores e presidente disputassem um segundo mandato consecutivo.
Sabatinado pela Folha, em 2007, Fernando Henrique Cardoso não negou que tenha ocorrido a compra de votos.
Alegou que a operação não foi comandada pelo governo federal nem pelo PSDB:
“O Senado votou [a reeleição] em junho [de 1997] e 80% aprovou. Que compra de voto? (…) Houve compra de votos? Provavelmente.
Foi feita pelo governo federal? Não foi. Pelo PSDB: não foi. Por mim, muito menos”.
A omissão do governo FHC, no entanto, foi evidente. E a operação abafa do caso mais visível ainda.
PT e partidos de oposição tentaram aprovar uma CPI, sem sucesso.
Tanto Ronivon quanto João Maia rapidamente renunciaram aos respectivos mandatos, ao alegarem apenas motivos de “foro íntimo”.
Apesar das provas apresentadas, FHC se exime de responsabilidade e nomeia em junho de 1997, Geraldo Brindeiro como procurador-geral da República, que não acolhe nenhuma representação que pedia a ele, sendo reconhecido pela alcunha de “engavetador geral da república”.
Vale lembrar que Brindeiro fez parte do governo FHC durante os oito anos dos dois mandatos.
Ainda em junho de 1997, o Senado aprovou o projeto de reeleição e FHC seria reeleito no ano seguinte.
Entretanto, o caso não puniu nenhum dos envolvidos, muito menos os governos tucanos fizeram esforços para abrir investigação e punir os culpados.