Trabalhadores contra terceirização e direita contra Dilma marcam semana de mobilizações
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*** Centrais sindicais realizam ato contra terceirização “ampla, geral e irrestrita” nesta terça-feira (7); agenda da direita vai da defesa do golpe ao descontentamento ***
São Paulo – Paulo Vannuchi, analista político da Rádio Brasil Atual, comenta sobre as perspectivas da semana, em especial, as manifestações das centrais sindicais contra a terceirização e a manifestação da direita, marcada para o dia 12 de abril.
O comentarista denuncia o famigerado projeto de Lei 4.330 que determina “terceirização ampla, geral e irrestrita”, motivo de protesto das centrais sindicais, programados para amanhã (7), em todo o país. “Perigosíssimo”, segundo Vannuchi, o projeto garantiria “ampla liberdade para os empresários atacarem os direitos sindicais consolidados, em nome de uma suposta eficiência” e ocorre em momento de “debilidade das forças democráticas e progressistas”.
Vannuchi aponta que tal iniciativa faz parte do conjunto de medidas que buscam impor uma agenda conservadora, juntamente com a iniciativa de redução da maioridade penal, aproveitando-se da debilidade da conjuntura política, “sob a batuta de Eduardo Cunha”.
Sobre a manifestação da direita, marcada para o dia 12, Vannuchi diz olhar com atenção a postura dos grandes veículos de imprensa, o “partido da mídia” como ele se refere, se vão repetir a mesma “sanha” convocatória do dia 15 de março e estimular a mobilização, ou se vai ser mais moderada.
O comentarista afirma que a manifestação deve reunir segmentos diferentes, desde uma minoria “ruidosa” que pede pelo retorno da ditadura, os que querem o impeachment de Dilma Rousseff, “sem qualquer base jurídica”, segundo Vannuchi, os querem ver a presidenta “sangrar”, mote sugerido pelo senador tucano Aloysio Nunes (PSDB-SP), e, ainda, aqueles que querem manifestar “amplo descontentamento”, que o comentarista reconhece como legítimo, dadas as dificuldades econômicas e de erros do governo e do PT na condução política.
Vannuchi diz querer observar, na manifestação de domingo, “se haverá uma única mísera faixa de protesto sobre a corrupção no Metrô”, ou sobre outros casos famosos como o mensalão mineiro, que envolve o PSBD, ou, ainda, os novos escândalos relacionados às contas secretas do HSBC, e das fraudes na Receita Federal no âmbito da Operação Zelotes, da Polícia Federal que, citando o jornalista Elio Gaspari de O Globo como fonte, pode chegar a cerca de meio trilhão de reais, superando, por ampla margem, todos os demais casos de corrupção.
O comentarista lembra que já faz um ano que o mensalão mineiro foi enviado, pelo Supremo Tribunal Federal, de volta à primeira instância, nos tribunais de Minas e, desde então, segue parado. Segue parada também a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) movida pela Ordem dos Advogados do Brasil, que questiona o modelo de financiamento privado das campanhas eleitorais. O ação já conta com placar definido em favor da fim de tal sistema, mas o ministro Gilmar Mendes pediu vistas do processo, impedindo, também há mais de um ano, a conclusão da votação.
Fonte:
RBA